“Os
três princípios para uma pedagogia inclusiva são, segundo Brussino (2021):
i.
a expectativa de que todos os alunos acrescentam valor ao ambiente de
aprendizagem;
ii.
um desenho que valoriza a diversidade ao mesmo tempo que promove o acesso e
permite o envolvimento dos alunos;
iii.
ações com significado para os alunos e as suas comunidades. A pedagogia
inclusiva pode ser conceptualizada como uma abordagem pedagógica que, ao invés
de pensar o “adicional” ou “diferente” para alguns alunos, ou seja, um
tratamento diferenciado à partida, oferece oportunidades de aprendizagem e de participação
efetiva na sala de aula para todos os alunos, num quadro de diversidade
(Brussino, 2021).
Existe
uma multiplicidade de fatores que desempenham um papel importante na forma como
os educadores e professores desenvolvem abordagens pedagógicas inclusivas,
incluindo os seus conhecimentos e expectativas, as suas atitudes e respostas a situações
desafiantes. Deste modo, segundo o mesmo autor, é primordial o apoio aos
docentes na implementação de estratégias de ensino centradas em todos e em cada
um dos alunos (Brussino, 2021). Para Cerna et al. (2021), a capacitação dos
docentes revela-se essencial para o desenvolvimento de práticas inclusivas em
sala de aula que tenham em consideração a participação e aprendizagem efetiva
de todos os alunos. O que os docentes ensinam, como ensinam e como monitorizam
a aprendizagem dos alunos, considerando a diversidade, pode contribuir
largamente para promover ou dificultar a diversidade e inclusão na sala de aula
(Brussino, 2021). Um currículo inclusivo tem em consideração as necessidades
diversas, experiências de todos os alunos, bem como os seus interesses e
características pessoais (Brussino, 2021). O desenvolvimento de um currículo
inclusivo requer uma conceção mais alargada da definição de aprendizagem
utilizada pelos docentes, de forma a permitir o envolvimento ativo dos alunos
nas suas aprendizagens (Cerna et al., 2021).
(...) A existência de diferentes modelos de gestão da diferença na sala de aula depende não só de fatores ligados ao docente, mas também da forma como a escola organiza os recursos e de outros fatores externos. Esta organização deve corresponder ao princípio da flexibilidade, sempre que necessário ou quando o professor assim o desejar (Agência Europeia, 2014)."
Retirado
de "Módulo 4: A inclusão na sala de aula"
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