Metodologias
“As
metodologias ativas parecem contribuir para a implementação de salas de aula
inclusivas, favorecendo e promovendo o acesso e sucesso educativos, por terem o
objetivo de garantir ao aluno uma maior participação, responsabilidade e
autonomia na aprendizagem, diversificando técnicas e métodos (Moran, 2018). As
metodologias ativas visam (re)pensar os papéis do docente e do(s) aluno(s),
alterando as suas funções no grupo. Ou seja, o conhecimento é construído de
forma combinada entre o docente, que passa a atuar como mediador, e os alunos,
numa abordagem que coloca as crianças e jovens como protagonistas, promovendo o
envolvimento e a motivação. (…)
(…)
existem diversas formas e estratégias para empregar as metodologias
ativas, centradas nos alunos, colaborativas (entre pares ou equipas),
aprendizagem baseada em projetos, aprendizagem baseada em problemas, abordagens
STEAM (modelo de ensino focado em cinco disciplinas fundamentais: Ciências, Tecnologia,
Engenharia, Artes e Matemática), interdisciplinares e transdisciplinares, sala
de aula invertida, estudo de casos, gamificação, game-based learning, entre
outras.”
Para
ver
Modelos
Organizacionais (na sala de aula)
“A
organização das carteiras, por exemplo, é um dos elementos mais visível e
estruturante. Insistirmos na lógica de sentar os alunos numa carteira,
trabalhando sobretudo a visão e audição, privando-os de qualquer movimento
durante horas, poderá não ser a melhor opção para a promoção de práticas
inclusivas. No entanto, a própria noção de escola passa, para muitos, pela
imagem de uma sala de aula convencional, que pode justificar a resistência, ou
mesmo inércia, em adotar outras modalidades, sobretudo, nos ciclos de ensino
mais avançados. (…)
1.
Filas juntas e organizadas horizontalmente
Todos
os alunos ficam voltados para o docente, com as carteiras unidas. Dessa forma, os
alunos conseguem interagir entre si e o docente cria um ambiente mais
interativo.
2.
Em U
A
organização da sala de aula “em U” permite a troca entre os alunos, sem deixar de
lado a interação do grupo com o docente, que assume um papel de mediador. Pode
ser utilizada na condução de atividades individuais, mas que prezam por contextos
coletivos. É uma boa alternativa para debates.
3.
Em círculo
O
docente pode estar no círculo ou fora dele e assume-se como mediador de aprendizagem.
4.
Organização do espaço da sala de aula em grupos
Permite
que o docente tenha um olhar do todo e caminhe entre os alunos para realizar interferências
e dar orientações baseadas nas dificuldades e potencialidades de cada grupo.
5.
Cadeiras voltadas para si
O
docente assume-se, sobretudo, como observador. A ideia é que todos os alunos consigam
olhar-se, ouvir e debater.
6.
Duas filas voltadas umas para as outras
Os
alunos conseguem observar-se e interagir para realizar as atividades. Além
disso, há espaço para que o docente transite entre os alunos para esclarecer
dúvidas e apoiar quem dele necessite.
Instrumentos/ferramentas
pedagógicas e práticas de ensino
“Para
que se desenvolvam práticas inclusivas, é necessário que se replique, ao nível
da sala de aula, a cultura de escola, que se espera inclusiva, utilizando
recursos e estratégias educativas diferenciadas, modelos organizacionais
flexíveis, um trabalho colaborativo entre todos os intervenientes no processo educativo,
uma avaliação contínua da progressão dos alunos nas várias áreas, atividades
extracurriculares, e que haja uma planificação ajustada e passível de ser
alterada de acordo com a especificidade dos alunos (Ainscow et al., 2006).
É
importante ter noção da metodologia que se adota (Silva & Leite,
2015). Podemos privilegiar a utilização de materiais concretos e estimulantes
(tendo em conta as características dos alunos, tendo em atenção as suas
diferenças, mas que promovam a equidade e participação ativa de todos), e as atividades
não devem ser desenvolvidas só em contexto de sala de aula, mas sim noutros
ambientes que proporcionem, por exemplo, a aprendizagem experimental e a
utilização das tecnologias de informação e comunicação (Ainscow, 2000). (…)
(…)
Outro fator importante para o desenvolvimento de práticas inclusivas em sala de
aula é a relação pedagógica, empática e afetiva, como aliás é
pressuposto do DUA (Piscalho et al., 2022). (…)
(…)
As condições criadas pelas políticas de educação inclusiva traduziram-se em
oportunidades para o trabalho interdisciplinar, podendo as escolas gerir
até 25% ou mais do currículo, tendo em conta o seu contexto, ou seja, os seus
alunos e as opções que melhor garantam a todos aprendizagens de qualidade, fundindo
disciplinas e apostando no trabalho em Domínios de Autonomia Curricular
(Elias, 2020). (…)
(…)
Torna-se necessário exportar o conteúdo da sala de aula, em regime formal,
para fora da mesma, e adotar alternativas metodológicas, como saídas de
campo, para potenciar as aprendizagens dos alunos, num contexto não formal,
permitindo, assim, a consolidação do conhecimento (Pacheco et al., 2015).
Assim, e para acompanhar a evolução do conhecimento, construir saber e aperfeiçoar
as suas práticas, é fundamental que o docente possa, no novo mapeamento,
refletir em conjunto com os seus pares no sentido do desenvolvimento
profissional, com vista a benefícios coletivos extensíveis a toda a
comunidade educativa. (…)
(…)
Em síntese, para que se efetive uma educação inclusiva, é fundamental ter
presentes os diversos fatores facilitadores dessa inclusão na sala de aula,
para que todos os alunos participem na sala de aula com os seus pares, não
sejam sujeitos à exclusão e discriminação, sendo necessário que o trabalho desenvolvido
com os alunos se baseie em práticas e estratégias diversificadas e ativas, que
respeitem as suas diferenças individuais. (…)
Organização
da sala de aula: planeamento ambiental
O
planeamento ambiental é um conceito utilizado no contexto de diversas áreas do
conhecimento para se referir a processos e mecanismos de sistematização de
ações que procuram atingir metas e objetivos, ou seja, é a relação que a
organização do ambiente escolar (carteiras da sala de aula) possui com o
sucesso da proposta pedagógica. Alguns efeitos do planeamento ambiental:
-
Minimiza o congestionamento
-
Provê segurança e conforto
-
Estimula o interesse
-
Reduz a distração
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